sábado, 28 de junho de 2008

Mais procuro, mais sofro, mais tento, mais me iludo
Vasculhar o passado, remediar o presente
Sofrer, sofrer.
Tento esquecer, me livrar, libertar...
Mas por inércia te procuro.
Descubro repetições, contradições
Não, só mais uma, sempre mais uma

Mais uma...
Uma cerveja, um cigarro
Um beijo, distração
traição?

Tudo já passou, já se foi
A covardia tem sim motivo, explicação
A preocupação de tudo se repetir...
Dor? Muita dor?
Quanto mais melhor...
Enveneno aos poucos minha paz
E alcanço a paz eterna da ilusão.

Tropecei, confesso.
Acreditei, sou ingênua.
Toda minha angústia
acumulada, depositada
enfeitada e venerada,
por mim.
Sim, por mim.

Mas a diferença,
e tão grandiosa, pelo que me parece
é que de ti nada espero
e não me pareces herói
mas fraco.
Fraco.
Com todas as imperfeições possíveis
E admito,
isso me atrai.

São nessas quedas
que recupero forças para esquecer
e é a dor que guia
meus dias,
aleatoriamente
numa repetição sem fim.

Inquieta sigo
Relembro o ontem
não me parece tão surreal assim,
tão perfeito assim,
tão falso.

Sinto raiva,
de perder-me em pensamentos
com você.
Se pudesse escolher,
nem um sorriso lhe daria
nem uma fresta de alegria,
uma risada sequer.

Tolo.
Seu medo é indiscutível,
e viverá assim para sempre
levado pela inércia
do saber.
Do saber?
A desculpa do saber...
especificamente.
Mas em matéria de amor
Nenhum ganha,
todos perdem.

3 comentários:

Mário Augusto disse...

A verdade sempre aparece.
Fico feliz por você, de verdade.
Não olhar pra si é o maior erro que alguém pode cometer, e só olhar pra si tbm.
Não sei a quem se refere esse poema, tenho uma desconfiança que se refere a duas pessoas.
Se interpretei corretamente, fico surpreso com tamanha violência.
Enfim, ignorar as próprias dores nos torna tão violentos como essas mesmas dores.
Sou irremediavelmente fraco e não vejo defeito nisso: antes a honesta visão de si e busca de auto-superação do que uma resignação corvade diante das dificuldades...
As dores passam, os amores passam...
E a vida não dá segundas chances. Ficar imerso em inércia é realmente irresponsável.
E se sou nada mais que inércia e muleta para você, sinto muito mesmo.
Inércia é tudo que sou e tudo o que você me ajudou a ser.
Quanto ao Outro, resta a minha indiferença... E sua inegável atração.

Viver a vida na sua plenitude. Eis a minha escolha. A sua, nós já sabemos... A corvadia tem motivos,não?

Mário Augusto disse...

E pra evitar mal entendidos: o poema do Del no meu blog não se referia a você.
Se é que você leu...

É isso.

Mário Augusto disse...

Ultimo comentário, prometo.
Se eu realmente interpretei corretamente o poema, meus comentários são válidos. Caso contrário, desconsidere. Porém, se for de fato isso, fico mais uma vez triste: a sinceridade e abertura que tínhamos para conversar sobre tudo era realmente uma coisa surreal...
Ao menos da sua parte...
O Tolo realmente sou eu. Acreditei e vivi com TODO o meu ser TODAS as palavras que lhe disse...

Enfim, conversamos , se você quiser, sobre isso...